"Confessar que se sabe um segredo é
atraiçoá-lo pela metade e, às vezes, expô-lo por
inteiro."
Stéphanie Félicité Ducrest de St-Albin
Às vezes a gente precisa se confessar! Ao mesmo tempo em que batemos no
peito a nossa independência, o fato de não precisarmos dar satisfação de nossas
vidas a ninguém, temos uma vontade imensurável de compartilhar, principalmente
nossos sentimentos, mas temos vergonha. Hoje em dia não pega bem essa exposição
de sentimentalismo. Precisamos ser mais “fortes”, demonstrar suficiência,
resistência, e, até frieza. – Nada de ficar com muito “mi-mi-mi”.
Mas o fato é que desejamos ansiosos, esperamos absorto o momento de
podermos nos confessar, compartilhar, explanar sobre nossos sentimentos com
alguém especial, disposto a ouvir, compreender, mimar, e depois, com um sorriso
no rosto, dar um afago compreensivo, mesmo que não tenha compreendido, mesmo
que não tenha concordado, mas que, escute.
O problema é que desaprendemos a ouvir! Não temos mais esse “dom” de
escutar… Mas como nossa necessidade de sermos “ouvidos” persiste, buscamos de
forma desesperada os ouvidos de analistas, psicólogos, psiquiatras, e quem mais
julgarmos ter a quase obrigação de ouvir. Quando todas as tentativas de for
escutadas são frustradas, ai então, adoecemos, e, como não temos quem nos
escute, tomamos remédios para não falar, e, ainda assim, suprir nossa
necessidade de sermos “ouvidos”. – Não seria mais fácil falar? Sim! Mas para
isso, também precisaríamos ouvir!
Um abraço só é abraço de verdade quando duas pessoas estendem os braços
para “abraçar”. Não existe abraço “monólogo”. Ou é mútuo, ou não é abraço. Tão
difícil achar braços estendidos hoje em dia. Mas é muito fácil achar quem
procure por esses braços estendidos. – Mas então se tem quem procure por
abraços, não seria mais fácil abraçar? Sim! Mas ai teríamos que abraçar também.
Hoje eu queria dar um abraço, mas não pude! Então engoli a tristeza que
apertava fundo meu peito, guardei a dor, desliguei a música que tocava e dormi.
Não pude falar! Não pude abraçar! Então escrevi. – Adiantou? Não! Mas se o
texto render um único abraço, terá valido a pena escreve-lo.
Quer ouvir? Quer falar? Quer um abraço, ou abraçar? Entendeu? Eu sim!
Para meu amigo Patrick confessar e pensar... Não Dói!
Dos Entendimentos & Compreensões de meu amado
amigo
Patrick René
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