#SeriePoetica:
“... Entre o Nascer do Sol
e o Crepúsculo...!”
“... Quando admiro a maravilha de um pôr-do-sol
ou a beleza da lua, minha alma se expande em reverência ao
Criador...!”
Mahatma
Gandhi
Luz e sombra nas pinturas dos artistas e na decoração
dos ambientes. Dia e noite na natureza. Oriente e Ocidente no mapa. No
contraste, a sábia complementação humana ou divina. Opostos que convivem no
micro e macro espaço da esfera terrestre, dia após dia, dentro de certa
proporção, apesar dos excessos que a mãe natureza vem sofrendo pela ação de
alguns. Partindo do raciocínio elementar de que, em tese, precisamos da luz
para acordar e da sombra para descansar, a vida vai indubitavelmente seguindo o
seu curso nesse intervalo de 24 horas. “E
o mundo vai girando cada vez mais veloz/ a gente espera do mundo/ o mundo
espera de nós/ um pouco mais de paciência”, não é Lenine?
Enquanto os ponteiros do relógio
assinalam a marcação do tempo, cada um vai seguindo no seu ritmo, mais ou menos
acelerado, dependendo da idade e, sobretudo, das condições de saúde. A
vitalidade física depende de uma série de fatores, entre os quais a genética, a
prática de exercícios, a alimentação, a própria vontade de viver em si e a
maneira como se encara a vida...
“você lembra,
lembra/ naquele tempo eu tinha/ estrelas nos olhos/ e um jeito de herói/ era
mais forte e veloz/ que qualquer mocinho de caubói/ (...) água da fonte cansei
de beber/ pra não envelhecer/ como quisesse roubar da manhã/ um lindo
pôr-do-sol...”. E quando a roupa
não for mais nova? Por mais independente que sejamos, financeiramente, somos
dependentes de afeto, reconhecimento e gratidão, os bálsamos da alma. Em algum
momento da vida, entre o amanhecer dos primeiros anos ou o anoitecer dos que se
passaram, vamos precisar de alguém que nos estenda a mão e, se possível, com um
sorriso no rosto. As pessoas estão vivendo mais. É fato!
A ordem natural de quem plantou muito é esperar que a colheita
seja satisfatória mais tarde, quando os passos se tornarem mais lentos, a visão
não for mais aquela e a dificuldade para realizar simples tarefas aumentar. O
convívio entre gerações nunca foi fácil, mas – ao contrário das pedras – somos
esculturas vivas sendo moldadas e lapidadas pelos fatos, em contínuo movimento!
Só nos resta aprender!
É deprimente ver idosos ABANDONADOS PELA FAMÍLIA nos
abrigos, feito caixas velhas em depósitos ou porões sombrios, como párias da
sociedade, longe da claridade! Muitos pagam as despesas e nem lá aparecem para
visitar seu ente. O idoso tem a SABEDORIA DE VIDA para compartilhar no FB ou
fora dele. Não sou eu quem cantou essa pedra, mas o Lupicínio Rodrigues -
grande compositor gaúcho cujo centenário de nascimento está sendo comemorado
neste ano: “esses moços/ pobres moços/ ah, se soubessem o que eu sei...”.
Obviamente que quando eles próprios decidem ir, a
família precisa entender e apoiar. Ou ainda quando todas as alternativas se
esgotaram... DESDE QUE A FAMÍLIA ACOMPANHE, não há o que questionar. A
DIGNIDADE está sendo mantida. “(...) Mas
ainda sirvo se você quiser/ basta você me calçar/ que eu aqueço o frio dos seus
pés”. Nossos idosos não podem ser simplesmente como um sapato velho,
somente poético na canção do grupo ROUPA NOVA.
Entendimentos
& Compreensões
Fabiana Ratis –
Cronista &Crítica Cultural
Recife – PE.
Dos arquivos da
Sala de Protheus.
Obs.: Todas as obras publicadas na Sala de Protheus
são de inteira responsabilidade de seus autores.
O Editor!
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