De Pernambuco para a
Sala de Protheus
A Última Flor do
Lácio por Lady Ratis,
Mosaicos do
Além-Mar!
(...) “Última flor do
Lácio, inculta e bela,
(...) Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...!”
(...) Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...!”
Olavo Bilac
Tropical, faceira, encantadora,
hermética, desafiadora e envolvente, só não aprecia a Última Flor do Lácio quem
for negligente com suas próprias origens, na língua, latente. Riqueza que não
cabe em mais de 500 anos de colonização e tão bem decantada por Machado de
Assis, Carlos Drummond, Manoel Bandeira, Érico Veríssimo e também por certo
João: “Sagarana” é saga que se segue
em “Grande Sertão: Veredas” – nesses caminhos
que se interpõem nos rincões de um País de raras belezas.
Tépida, tórrida, eloquente e
surpreendente; claraboia do nascer do sol à sombra dourada do poente – a Última
Flor do Lácio é delgada como os contornos de nossa gente. Bailarina, sonhadora,
poética e enigmática, costuma chegar ao ápice, plena como a lua cheia, na
interpretação marcante de atrizes e atores que têm por hábito deixar na ribalta
o ofício de suas veias.
Para muitos, complexa; para outros,
avassaladora. Relíquia pouco valorizada pela maioria das novas gerações, guarda
nos sótãos da memória a riqueza de sua própria história e promete impressionar
quem nela procurar a nascente, a foz e o desaguar do saber interpretar. Saber
inglês é fundamental e indispensável, mas deixar de lado a língua raiz é,
sobretudo, lastimável.
Aldeia global, tecnologia, fúria
capitalista, sinergia. Abraçá-los e integrá-los às suas referências com cautela
e harmonia para não correr o risco de perder a identidade, em meio à polifonia.
‘Vou-me embora para A Última Flor do Lácio’: lá terei o real e o imaginário. ’
Da paixão e dos pensamentos
De Fabiana Ratis –
Pós-graduada em Jornalismo, Crítica Cultural pela UFPE
e escultora de palavras.
Recife – Pernambuco -
Nenhum comentário:
Postar um comentário