"O
Homem ou a Instituição?"
" ... Na
sociedade, que é a humanidade no espaço e na história,
que é a humanidade no
tempo, há bacilos e toxinas de forma humana
que o olhar das gerações
não descobre, que o olhar dos historiadores
ignora, ou muitas
vezes, finge ignorar, mas cuja existência não
é um mistério para o
bacteriologista da sociedade e da história..."
E.Malynski
e L. de Poncins - A Guerra Oculta -
O que mais nos falta na época atual, chamada
de contínua modernidade, é aquela "coisa"
fantástica chamada de sentimento de povo, sua seiva, sua alma.
Parte-se do princípio, verdadeiramente
humano, de que o indivíduo somente crescerá se o meio em que vive crescer
primeiro, ou seja, da união de indivíduos temos um meio forte, que o transformará
em um indivíduo forte. O contrário não é verdadeiro.
O homem criou instituições através de modelos
corrigidos por centenas de anos, na tentativa, muitas vezes utópica, de se
chegar ao meio social - onde deve sempre estar inserido o indivíduo - perfeito
e harmonioso. Estas instituições deveriam ser servidas de homens de valores, de
méritos para que estes através de suas sabedorias imprescindíveis colocassem o
crescimento e o progresso do povo como um todo, acima de tudo.
A crença no progresso está naturalmente
identificada na essência, com o desenvolvimento material. Alias, René Guéneon,
criticou admiravelmente isto em seu livro " Oriente e Ocidente "
quando diz: "...A crença no
progresso indefinido é a mais ingênua e a mais grosseira de todas as formas de
otimismo..." - É também por isso que verifica-se atualmente, no
chamado mundo moderno, ao qual o Brasil quer se inserir, as instituições serem
menos importantes de que o indivíduo que a dirige, ou que deveria nos
representar.
Contrariando o princípio acima colocado,
estes indivíduos colocaram as considerações pessoais acima da busca da verdade,
como um todo.
Diz-se hoje, que agimos politicamente,
fazemos revoluções sociais, criamos constituições, e muitas outras ações
sociais para estabelecer e proteger os direitos humanos. Isto, julga-se a
partir deste princípio, são meras regras jurídicas remetidas aos tempos do feudalismo,
porque constituições e cartas de direitos são apenas "as formas que tornam aceitável um poder essencialmente
normalizador". Às vezes, tentamos usar nossas mentes para desmanchar a
opressão. Temos de esquecer, pois toda espécie de inquérito sobre a condição
humana (“...) apenas desliga indivíduos de uma autoridade disciplinar para
ligá-los a outra”, portanto, apenas
faz engrossar o triunfante discurso do poder.
Toda crítica soa vazia, porque o próprio
crítico está "dentro da máquina", investido de seus efeitos de poder.
Poder que conferimos a nós mesmo, já que somos parte de seu mecanismo.
O exercício de pensamento acima, nada mais é,
do que aquilo ao qual se propõe, exercitar nossas mentes preguiçosas, sobre o
fato de que ao reanalisarmos nossos conceitos atuais sobre os métodos
empregados pelas instituições que tanto defendemos, devemos cuidar com as
espécimes que nelas colocarmos, pois senão, estas espécimes - geralmente
subespécimes - usam nossas instituições apenas para o crescimento de seu poder
pessoal, ou de algo que ainda desconhecemos e o sentido comum a todos, que foi
sempre a base da luta do indivíduo, desaparece.
Caso contrário, será verdadeira a afirmativa
que Lord Beaconsfield fez em Coningsby, em 1844 - veja bem a época -: "O mundo é governado por personagens
muito diferentes das que imaginam os indivíduos cujo olhar não penetra nos
bastidores..."
Portanto, temos que nos esforçar para que
nossos olhares comecem a penetrar nos bastidores, e vamos tentar corrigir em
tempo o que ali acontece, sob pena de nossas futuras gerações, amargarem com o
fato de que nós, seus ancestrais, pouco ou nada fizemos para corrigir estas distorções
políticas e sociais, o esfacelamento do meio e, por conseguinte do indivíduo.
Vamos exercitar ainda mais o nosso
pensamento, para analisarmos profundamente os indivíduos que querem chegar a
estas instituições através de nós. Mas que, OBVIAMENTE, também seja PARA NÓS.
Senão também é ÓBVIO, que as consequências,
serão por nós sentidos.
E pensar ainda não dói!
Entendimentos
& Compreensões
Leituras
& Pensamentos da Madrugada
Publicado
no Grupo Kasal – Vitória – ES –
www.konvenios.com.br/colunistas
Que espaço inteligente!
ResponderExcluirDá gosto encontrar alguém que não tem medo de "pensar", pois realmente não dói. O que dói é a dor que não se sente quando a batida do coração funciona apenas como a engrenagem de uma máquina. Não pulsa, apenas segue o ritmo mecânico dos que não sabem o que é a emoção de uma boa leitura nem o carinho de um familiar ou amigo.
Abraços