- Ou como falamos e nunca ninguém
teve paciência para nos explicar! –
“... O Homem é o animal que fala!...”!
“... A voz (fala) empresta a
linguagem o que ela tem de mais belo...!”
by Aristóteles (1) and Protheus (2) –
Leituras & Pensamentos da Madrugada-
O Sol do meio-dia trazia a trégua, tão
necessária, depois da manhã gelada de Outono. little John (3) caminhava,
com uma dúvida, aproveitando o calor e os raios do astro-rei. Queria falar com
seu vizinho Gumercindo, que era advogado (4).
O pequeno menino tinha certeza que, por ter estudado, lhe ajudaria em algumas
dúvidas. Encontrou-o recostado em uma cadeira, também aproveitando o sol.
- Olá Doutor (5) Gumercindo, o senhor pode me explicar uma coisa?
Ao que o vizinho retrucou:
- Claro meu vizinho, eu te cedo à palavra!
E little
John, tascou a queima-roupa:
- Doutor como falamos?
E o vizinho julgando ser alguma nova piada,
continua:
- Ora menino, com a boca... Rindo, na sequência,
sorrateiramente.
little
John, não satisfeito, continua:
-Não, Doutor como fazemos para falar?
Ao que o advogado, sem muita paciência
responde:
- Você é loiro (6)? Dãããããã... (7) e
continua a gargalhar.
O menino cabisbaixo se afasta reticente,
tristonho e retorna à sua casa.
Pensa consigo mesmo, em uma espécie de filosofia
chavesca (8):
- Ninguém tem paciência comigo... Ninguém
me explica nada.
Deita-se sobre um velho estofado que sua
mãe retirou da sala e colocou em uma área, ao lado de fora da casa.
Com o sol fazendo às vezes de cobertor,
little John, se aconchega em si mesmo com seus pensamentos cheios de
interrogações e adormece.
Em instantes, little John visualiza uma luz muito brilhante, cheia de cores se
aproximando. Exalta-se mediante aquela visão linda. Vê se aproximar uma
fadinha. Seus olhos arregalados verificam cada detalhe.
A fadinha se aproxima e little John, estupefato e curioso
pergunta:
- Quem é você?
Ao que a bela imagem lhe responde:
- Sou a Fada Andréa (9), e tiro as dúvidas
de meninos curiosos através de suas próprias dúvidas e vivências.
Little
John, sem saber se respondia ou admirava a beleza das cores, das luzes e da
fadinha, continuava surpreso.
Um pequeno ser, com mãos realmente de fada. Little John nunca tinha visto, mas
sabia, em seu intimo, que fadas teriam mãos assim. Pareciam mãos de princesas,
pequenas, pele rosada escura, lindas. A fada tinha grandes olhos negros brilhantes,
cabelos negros, longos e lisos que lhe emprestavam o ar de uma atriz, que o
menino já tinha visto em filmes na televisão. Para adornar ainda mais suas
vestes, trazia um lenço atirado entre os ombros e o pescoço, de cores bonitas,
aumentando-lhe a moldura de sua beleza. Falava terna e delicadamente e sua voz
era mais bonita ainda.
Mesmo não acreditando o menino pergunta:
- fadinha, como nós falamos?
Ao que a fada Andréa responde:
- Esta bem meu menino eu explico:
O ser humano é o único animal que fala.
Ao que little John interrompe dizendo:
- Não é não fadinha, o papagaio
da vizinha também fala.
Sorrindo a fadinha continua:
- Não pequeno John, papagaio não
fala. O bichinho apenas repete aquilo que vocês repetem. Vocês o treinam para
fazer isso. Sozinho ele não pode.
- Little John não se aguentando diz:
- Mas fadinha, minha mãe, assim
como a vizinha fez com o papagaio, me ensinou a falar.
A fadinha paciente como toda fada deve ser,
reinicia.
- Pequeno John, presta atenção.
Somente os humanos têm um aparelho, no seu corpo chamado de fonoarticulatório.
O menino curioso, por natureza,
emenda:
- fono... o que?
A fadinha, como se o menino nada
tivesse dito continua:
Veja... Antes de virar fadinha eu
fui humana, como você, e trabalhava como fonoaudióloga. As pessoas que
trabalham com isso são profissionais que utilizam a ciência, que estuda todas
as formas de comunicação humana. E o aparelho que vocês, humanos, têm, e tudo o
que você tem na boca, na garganta e mais ainda, com a ajuda de seus pulmõezinhos.
Presta atenção little John:
- A voz que é o som da fala, é a capacidade ou o uso dessa capacidade
de emitir sons.
Para falar ou cantar, movimentamos cerca de uma dúzia de músculos da laringe
que é um órgão que voce tem no fundo, bem no fundinho de sua boca, no inicio do
seu pescocinho, e muito importante, e na frente da faringe, que é um tubo, como
se fosse um pequeno músculo, afunilado, que é ligado, em cima com seu
narizinho, que é chamado de fossas nazais e a boca, e mais para
baixo, um pouco, com a laringe e o esófago, uma outra partezinha, antes do começo
do seu estómago. A laringe e a faringe formam uma espécie de terminal, um pouco
acima da traquéia. Que é um “caninho”
aéreo, pois inicia na parte inferior da
laringe e termina onde começam os brónquios. Este sim é o órgao essencial da
fonação, do som, da emissão da fala.
Está me acompanhando Little John?
Pergunta a fadinha.
Ao que o menino responde:
-Sim fadinha! Puxa, e o papagaio nao tem tudo isso?
A fadinha gentil e passivamente responde:
-Nao meu bom menino, não tem, só o homem tem isso.
Little John interrompe novamente, tascando:
- E as meninas tem tudo isso!
A fadinha sorridente e estupefata
com a pureza do menino, responde:
- Claro, Little John, os meninos
e as meninas. Mas vamos continuar:
- Assim quando voce fala, o ar que sai de seus pulmões, percorre os brônquios e a traquéia, chegando
a laringe. A partir disso os músculos se contraem, regulando a passagem do ar.
Os movimentos que vocês fazem, por sua vez, fazem as cordas vocais...
Ao que o menino interrompe novamente:
- Nós temos cordas na boca?
A Fadinha, sorrindo continua:
- Já chego lá, acalme-se bom menino.
Eu sei que é muita coisa para um primeiro encontro, mas prometo retornar até
voce nao ter mais dúvidas, esta bem assim?
Satisfeito, little John apenas
acena com a cabeça sorrindo e a fadinha continua:
- As cordas vocais são duas membranas finas e delicadas que possuimos bem
no inicio do pescocinho.... - Aproveitando, a fadinha localiza com suas maos
lindas tocando o pescoço do menino... - Assim as cordas vocais vibram e produzem sons.
Depois estes sons chegam a boca. E este som que vem da laringe, se tornam os
sons que voce chama de fala, graças a ação, da lingua, dos dentes, do véu
palatino, ou o seu céu-da-boca, e do
assoalho da boca, embaixo da lingua.
- Todos estes detalhezinhos que
possuimos são para que possamos falar.
- Assim o ar que sai de seus pulmões
quando voce os enche, retorna, passa por todos estes “aparelhinhos” e produz o som, que é sua voz, que é a fala.
Entendeu bom menino.
Ao que little John responde:
- Puxa, fadinha, muito obrigado, a senhora é mais inteligente que o Doutor
Comercindo.
A ultima imagem é o sorriso iluminado da fadinha, que Little John lembra ao acordar.
Vai até a torneira, toma um gole de água, e acompanha a água entrando por
sua boca e percorrendo todos os “aparelhinhos”
que a fadinha tinha falado.
E diz para sí mesmo:
- Puxa, vou ter que “lubrificar”
mais vezes minha fala.
E continua seu pensamento em voz alta:
-Eu acho que já tive esta coisa de “linguagem”
na escola?
Bem, mas isso é assunto para outro sonho com a fadinha.
Agora até little John descobriu
que Pensar
não dói...nadinha!
Notas explicativas do
glossário da bibliografia do rodapé –
(
) – Sinais de Chaves – Necessidade de explicação para continuidade e
entendimento do texto. Compreensibilidade do ser humano
Itálico – Itálico na comunicação
escrita, refere-se a termo não-usual, principalmente estrangeirização. Ou a
metáforas utilizando outra simbologia escrita para explicação de termos e assimilação.
1 – Aristóteles – Filósofo grego,
pós-socrático, integrante da escola Platônica que viveu em 367 a .C., em Atenas, Grécia.
2 – Protheus – Pseudônimo do autor,
batizado por uma bruxa, baseado na mitologia grega.
3 – little John – Americanização para fugir
dos tempestios primitivos de ongs e tribos do politicamente
correto, combatentes de pseudas-pré-concepções.
4 – Advogado – Expécie que inventou a
verdade, baseado na premissa de que é uma mentira repetida muitas
vezes. E o ser que mais fala entre a espécie.
5 – dr. Desingnação, no brasil, para todo
advogado que já tiver prestado exame à ordem. Arrogância ensinada na
academia que eles gostam e perpetuam. Não confundir nunca com quem tem
doutorado.
6. Loiro – Criação americana,
abrasileirado como neologismo explicativo das pessoas que tem preguiça de
pensar por sí próprias, sinonimia de “antas”, “bizonhos”, ou comportamentos nao
pensados, etc. Nem sempre possue a coloração loura nos cabelos.
7 – Dãããã..... Neologismo giriesco brasileiro, com conotação de respostas
de “loiros”, onde nao haveria a necessidade de pensar para respostas
óbvias.
8 – Filosofia chavesca – designação ao personagem
Chaves (série cómica
mexicana) e anterior aos seus desenhos
animados, em que uma emissora de TV brasilesa, literalmente gastou
a série e os personagens.
9 – Fada Andréa – Homenagem a fonoaudióloga e
especialista em Educação Especial, Supervisão e
Orientação escolar e Psicopedagogia, Professora Andréa Schiavetto de Campo Mourão – PR. Uma
das mais inteligentes e dedicadas profissionais da área que o autor conhece.
Inspírado e transpirado do conhecimento
da
professora Andréa Schiavetto - Psicopedagoga Clínica e Educacional,
Coaching Educacional,
Fonoaudióloga Clínica e Educacional, Administradora Educacional, Orientadora
Educacional,
Educação Especial e Assessora
Educacional do Colégio
Adventista de Campo Mourão,
Palestras e Capacitações sobre Educação.
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